Espaço Babaçu valoriza agricultores que trabalham com o fruto da palmeira no Maranhão

O coco babaçu é uma das maiores riquezas do nosso estado. Ele faz parte da cultura, da economia e da vida de milhares de comunidades maranhenses. Esse coco é considerado uma verdadeira riqueza, pois todas as suas partes podem ser aproveitadas, promovendo sustentabilidade e geração de renda. Pensando na importância do babaçu, a 2ª Feira Maranhense da Agricultura Familiar fez um espaço voltado especificamente para ele, o “Espaço do Babaçu”, que reuniu produtores e quebradeiras de coco de todo o estado, que puderam comercializar seus produtos.
“Foi uma grande oportunidade a gente trazer nossos produtos à base de babaçu pra mostrar, que tem muita gente que não conhece e em uma feira dessa aqui vem gente de todos os lugares. Então quando a gente fala que faz um sorvete de babaçu, um hamburguer de babaçu, um brownie de babaçu, ninguém nem acredita”, explicou Rosângela Campelo, empreendedora em cooperativa do município de Itapecuru Mirim.
O babaçu é também um símbolo de luta e resistência para milhares de mulheres conhecidas como quebradeiras de coco. Essas trabalhadoras desempenham um papel essencial na coleta e no processamento do fruto, garantindo a preservação da cultura e lutando por seus direitos em relação à terra e ao uso sustentável dos babaçuais.
Geocilene Henrique Guimarães é da Associação das Quebradeiras de Coco Babaçu de Chapadinha e fala com alegria da experiência de estar na FEMAF. “Pra mim é muito importante por que a gente está ganhando mais experiência, conhecimento e estamos trazendo os produtos do babaçu, que hoje traz uma grande riqueza pra gente”, destacou.
Dar visibilidade para o fruto do babaçu é de grande importância, não só para quem produz, como para quem gosta de consumir os produtos.
“Eu conheci o coco babaçu na Rota dos Quilombos. Lá têm os quilombos que extraem esse coco e apresentam até como o café do babaçu, a partir daí eu fiquei apaixonado pelo coco babaçu. É uma surpresa pra mim, ver aqui na feira os produtos do babaçu, é fantástico”, disse o jornalista Mivan Gedeon.
Margareth Mineiro que é coordenadora do 1º Festival Gastronômico do Babaçu falou sobre a importância desse espaço para a valorização dos agricultores familiares. “Esse espaço foi pensado com a Secretaria de Agricultura Familiar, junto com outros parceiros. Então nesse sentido a gente pensou em propor uma divulgação dos produtos do babaçu, pois sabemos que o babaçu têm vários subprodutos, como o biscoito, o sorvete, a peta, que vem do mesocarpo do babaçu, mas dentro da população maranhense tem muita gente que não conhece ainda esses produtos”, pontuou.
“A proposta foi fazer algo que pudesse propagar mais tudo isso. Além dos produtos do babaçu, nós temos as quebradeiras de coco babaçu, que tem toda uma representatividade, a gente também quis explorar um pouquinho mais e surgiu ainda a ideia do 1º Festival Gastronômico do Babaçu”, completou Margareth Mineiro.
Durante o festival estão acontecendo palestras e oficinas. Os chefes Gopa e Miguel prepararam pratos à base do babaçu e fizeram um momento de degustação, como forma de divulgar ainda mais os produtos. A abertura do festival aconteceu no dia 6 de dezembro, terceiro dia da FEMAF, com a presença de quebradeiras de movimentos sociais de todo o estado que fizeram apresentações culturais e também falaram da importância enriquecedora desse momento.
"Eu peço que as quebradeiras de coco sejam valorizadas. Vamos proteger os nossos babaçuais, que estão sendo contaminados com veneno, pois é de lá que as quebradeiras tiram seu sustento para criar seus filhos", pontuou Maria Antônia, do quilombo Camatutiua, que faz parte da Associação de Moradores do Quilombo Rural Ilha de Camatutiua, localizado no município de Cajari.
Os apoiadores do festival também estiveram presentes, destacando o grande potencial de toda a cadeia produtiva do babaçu.
“Posso dizer com certeza que o trabalho que estivemos fazendo em parceria com a Secretaria de Agricultura Familiar e com as quebradeiras de coco, aprendendo muito e podendo fazer esses aprendizados junto com as comunidades, com essas inovações sociais, que a gente vem trabalhando e vem avançando. De 2019 até agora, os avanços que a gente vem tendo com as organizações das quebradeiras de coco, chegamos agora nesta feira, no 1ª Festival do Babaçu coroando tudo isso”, afirmou Westphalen Nunes, assessor técnico da Agência Alemã de Cooperação Técnica (GIZ).
O Festival em sua primeira edição já demonstra força e um grande incentivo para agricultores familiares que trabalham com o fruto da palmeira do babaçu no Maranhão.
“Pensamos em fazer um festival gastronômico do Babaçu e deixar as quebradeiras trazerem o que elas forem capazes de criar. Aqui tem azeite, tem óleo, tem biscoito, sorvete, aqui tem tanta coisa que a gente precisa aprender a conhecer. Eu vim conhecer há dois anos o sorvete de babaçu, nós queremos que esse sorvete esteja em todo o canto, em restaurantes, bares, nos hotéis, nas pousadas, que todo mundo conheça o sorvete de babaçu e os outros produtos de babaçu”, afirmou o Secretário de Estado da Agricultura Familiar, Bira do Pindaré.
Como parte da valorização da cadeia produtiva do babaçu haverá ainda, neste último dia da FEMAF logo após a premiação da segunda edição do concurso da Melhor Farinha D’Água do Maranhão, a 2ª edição do Troféu Babaçu, momento em que se reconhece e entrega troféus como forma de homenagear pessoas e instituições importantes para o desenvolvimento e o fortalecimento da agricultura familiar no Maranhão.